“Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o Reino de Deus está dentro de vós.” (Lucas 17:20,21)
Quando entendemos que o Reino de Deus está dentro de nós, entramos no desafio de descobrir que nossa responsabilidade se ampliou. Quando entendemos sobre o Reino e não nos posicionamos, somos considerados súditos do Rei e revelados ignorantes aos direitos que os príncipes têm por direito.
3. O Reino de Deus não é bebida
O deus do vinho, para os gregos, Dionísio, para os romanos, Baco, era celebrado em Roma, e, pela embriaguez, muitos entravam na dimensão sarkosista, e traziam grandes agravos sociais. Eram orgias de todo tipo, regidas pela comida e bebida, pelo prazer hedonista. Entrar numa cultura para pregar o Reino, que não oferece essas idiossincrasias, não era tarefa fácil, pois o povo já havia absorvido a cultura pagã.
A bebida era sagrada e consagrada aos deuses. Era um ritual de grande magia para aquele povo, pois a bebida promovia alegria, paz e justiça. Paulo trabalha na rota da contracultura, para esclarecer quem eram os mentores desses rituais, para confrontar e estabelecer novos paradigmas. A Igreja tinha que nascer, e, com ela, os seus novos hábitos.
Conhecer a Deus não é tarefa fácil para quem não deseja romper com a carne, sarkós, pois entrar pela rota do fácil é mais tranquilo, e agradar a todos é mais político. Porém, caminhar na contracultura, sendo indigesto na geração das facilidades, traz um desconforto para si e para aqueles que o seguem (João 7:37,38).
4. O Reino de Deus é paz, justiça e alegria no Espírito Santo
Paulo passa, então, a explicar o que é Reino de Deus, pois o povo vivia em um contexto de alucinação; era levado à alienação mais densa, tentando viver à margem da proposta de Cristo e do ensino da Igreja. Naquela época, o povo vivia em guerra, e não tinha como estabelecer paz. Os reinos prometiam justiça, mas essa nunca chegava; o povo era extremamente oprimido e injustiçado, e clamava pela alegria de discurso, que a guerra havia acabado, pois o reino era de proposta humana e não da verdade divina.
Paulo, emergido de sabedoria, tenta buscar a revelação mais aproximada, para marcar a mente de uma geração e ministrar ao espírito daquele povo, falando exatamente o que cada um precisava ouvir e não o que queria ouvir. Onde está a Paz? Onde está a Justiça? Onde está a Alegria? Com certeza, essa abordagem criou uma expectativa para esclarecer o que é Reino e desmistificar o que não é Reino.
No passado, nos dias pós-Jesus, nasce a expectativa de uma verdade central, nasce uma geração a partir dos romanos, dominadores implacáveis, que faziam os seus templários entrarem, em nome de Deus e de Cristo, nos lugares mais horrendos, estimulados pelos cruzados, para exterminarem povos e inocentes.
Agora, como pode em uma região, onde Paulo ministrou o verdadeiro Cristianismo, pessoas adoecerem nesse nível e usarem o nome de Jesus para fortalecer os seus reinos particulares em função da miséria alheia? Nascia, nesse reduto, um novo conceito de Igreja. Esses líderes, estimulados pela doutrina sã e pura, ministrada por Paulo, na força do poder do Espírito, apagam as páginas sangrentas e constroem uma nova história, como pagadores de dívidas.
O Reino de Deus é Paz, Justiça e Alegria no Espírito Santo. Como apresentar um Reino se as pessoas não conheciam o que se estava propondo: Paz, Justiça e Alegria? Como entrar nesse projeto do Reino, se não sabemos quem é o Espírito Santo para nos ministrar essa alegria? Então, é um reino epicurista, sofismável, distante e inatingível? Não! É um Reino possível, capaz de fazer muito mais do que se está sendo oferecido aqui, pois Seu Rei vive e reina, e Seus príncipes governam. É um Reino diferente de tudo que se possa oferecer nestes dias, e nos dias antigos. É uma proposta atualizada, para que uma geração viva a maior intensidade do que já se fora propagado e imaginado neste tempo hodierno, pois a Palavra não caducou, e a manifestação do Reino de Deus não é hedonista, mas cheia de vida e de caráter irrepreensível.
Falar que o Reino de Deus chegou libera uma missão sem precedentes para a Igreja de Jesus, pois a Palavra nos revela a audácia do diabo quando oferece a Jesus todos os reinos em troca de adoração (Mateus 4:8,9). Exatamente quando Jesus está sendo tentado por escassez de pão e água, após um jejum de 40 dias, o que o inimigo lhe oferece? O hedonismo em troca de poder; se Yeshua lhe desse o Reino de Deus, ele lhe daria os reinos da Terra.
Jesus vence a tentação e diz: “Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.” (Mateus 4:10). Uma forma de adoração servindo à autoridade constituída para aprovação do caráter de servo. O que podemos ver é que quanto mais ungidos, consagrados e santos nós formos, mais níveis de tentação entrarão no nosso reduto, pois o inimigo quer testar a nossa fidelidade e honra, e fragilizar o que temos de mais solene, a nossa unção, que não pode ser negociada.
Vemos que Jesus mostrou na prática que, por Ele não ser sarkosista, Ele poderia dizer a Satanás ‘retira-te daqui’. Isso mostra que cada um será tentado no seu nível, para que o Reino seja estabelecido. Você consegue entender essa verdade? Então, deixe que o Reino de Deus seja maior que seu reino particular, e vamos dizer ao apresentador do pão da nossa escassez: ‘Saia do meu território, porque está decidido a Quem eu sirvo’. Se isso for verdade, o Reino chegou à sua vida e o Reino de Deus chegou à Nação.